terça-feira, 31 de maio de 2011

Mercado de seguros quer abolir "segurês"

Na briga para ganhar mais clientes, o setor se une para substituir termos técnicos por linguagem coloquial

Com a perspectiva de conquistar milhões de clientes das classes C e D nos próximos anos, as seguradoras tomaram a iniciativa de aprimorar o processo de comunicação com a sociedade. O primeiro passo é adotar uma linguagem mais acessível e eliminar gradativamente termos técnicos de difícil compreensão do chamado "segurês", aquele em que o consumidor paga o "prêmio", em vez de recebê-lo.



Há dois anos, a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg) formou uma comissão com representantes das 16 maiores seguradoras do mercado. Desde então, promoveu fóruns de discussão, elaborou documentos e criou uma cartilha de "boas práticas", que enfatiza a importância de se utilizar uma linguagem simplificada perante o público em geral.

A comissão detectou que o comprador de seguro não entende os termos do produto, o que gera uma série de reclamações, principalmente com relação às coberturas. "Sinistro", que .significa acidente ou evento a ser indenizado, é associado pelo cidadão comum como algo mórbido. Segundo o presidente da CNSeg, Jorge Hilário Gouvêa Vieira, a entidade estreitou o contato com as ouvidorias das companhias seguradoras, responsáveis diretas pelo atendimento aos clientes. "Hoje, 95% do mercado já conta voluntariamente com ouvidorias "

Vieira recorda que o "segurês" já era largamente praticado quando iniciou sua carreira, há 40 anos. Apesar de toda a experiência, ele não sabe precisar a origem de alguns termos, como "prêmio", por exemplo. Uma das versões, defendida em estudo do jurista Luís Camargo Pinto de Carvalho, remonta à Itália do século 17, onde se utilizava a palavra "primo" em seguros, que significava ter de pagar primeiro antes de ter direito à indenização.

Para que a iniciativa da CNSeg seja bem-sucedida, as seguradoras pedem que a Susep, que regulamenta o setor, reformule a obrigatoriedade da presença de termos técnicos nos contratos.

Apesar de constar um glossário nas apólices, a comissão concluiu que os consumidores não costumam tomar conhecimento do significado dos termos. Segundo Alexandre Penner, diretor da Susep, a entidade promete contribuir. "Neste momento, em que é preciso dar à população mais carente acesso aos benefícios do seguro, é fundamental utilizar uma linguagem mais apropriada", diz.

No final de abril, a seguradora Mapfre lançou um site (http://www.clubmapfre.com.brl) que permite ao cliente ter acesso a informações personalizadas de seu seguro, como o valor da franquia ou as coberturas contratadas. O site aboliu por completo o uso de termos técnicos, estratégia que faz parte de um ambicioso projeto de comunicação que tem investimentos de R$ 100 milhões até 2016.

O lançamento coincide com o reposicionamento da Mapfre no mercado. No ano passado a companhia espanhola firmou acordo com o Banco do Brasil (BB) em diversos ramos securitários (com exceção de previdência, capitalização e saúde), tornando-se assim uma das maiores seguradoras da América Latina.

A iniciativa da Mapfre é tratada dentro do grupo como "pedaço de um projeto maior", segundo Paulo Eduardo Rossi, diretor de marketing do grupo segurador Banco do Brasil & Mapfre. O trabalho inicial envolveu ampla pesquisa, que apontou uma lacuna entre o que a empresa levava ao cliente e a forma como era assim.ilada.

Ao mesmo tempo, foi desenvolvido o novo site, que inicialmente atende apenas 1,3 milhão de clientes de autos da Mapfre. Antes de ser colocado no ar, cada cliente recebeu um kit digital que explicava como acessar e quais os objetivos. Na medida em que a Mapfre e o BB unificarem suas plataformas, o site irá agregar a carteira de 1,2 milhão do BB em autos, expandindo ainda este ano para todos os clientes dos ramos vida e residência. Segundo Rossi, as informações foram multiplicadas aos cerca de 10 mil corretores credenciados em todo o Brasil.

Embora não tenha um programa específico, a Allianz evita o uso de termos técnicos em seu material, bem como no atendimento direto ao cliente. Com forte canal de distribuição entre os corretores, a Allianz promove frequentes treinamentos com a equipe de vendas e pede que sejam didáticos na hora de explicar um produto, afirma Ariane Landim, superintendente de marca da Allianz. Mas ela deixa claro que não é uma missão fácil deixar de praticar o "segurês"."Há cerca de 80 mil corretores no país, e a realidade é muito heterogênea.[2]

Para Rubens Nogueira, diretor da corretora Classic, especializada na área de seguros massificados, a categoria não deverá oferecer resistência às mudanças. "Partimos do princípio de que o consumidor só compra aquilo que entende. Em nosso material, em vez de "prêmio", por exemplo, já colocamos valor do seguro", explica. José Carlos dos Santos Vieira, diretor de marketing da SulAmérica, acredita que a mudança de comportamento virá na medida em que as empresas forem reformulando suas estratégias de comunicação. No caso da Sulamerica, a prioridade é produzir material impresso com linguagem simplificada e treinar os funcionários de call center.

Fonte: Revista Cobertura

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Seguradora que aceita paciente com obesidade mórbida não pode negar cobertura de redução de estômago

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) restabeleceu sentença que determinou à Unimed o pagamento de cirurgia bariátrica a um segurado de Varginha (MG). A Turma, seguindo voto da relatora, ministra Nancy Andrighi, concluiu que no ato da assinatura do contrato, a seguradora sabia da obesidade mórbida do segurado, sendo evidente que os respectivos riscos certamente foram levados em consideração e aceitos ao admiti-lo como segurado, não se podendo falar em vício na manifestação da vontade.

O segurado ingressou com ação de obrigação de fazer para que a seguradora cobrisse a cirurgia de redução de estômago. Em primeira instância, o pedido foi provido determinando a cobertura plena para a realização do procedimento.

A Unimed apelou da sentença. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) proveu à apelação por entender que a cirurgia a que se submeteu o segurado se deu em razão de doença preexistente. Assim, é licito à seguradora se opor ao pagamento da cobertura, quando haja expressa excludente de cobertura para tal caso, além de comprovada má-fé daquele no momento da contratação.

Inconformado, o segurado recorreu ao STJ sustentando violação ao Código de Defesa do Consumidor (CDC) no que diz respeito aos direitos básicos do consumidor, práticas e cláusulas abusivas, proteção contratual e contratos de adesão. Alegou também dissídio jurisprudencial.

Ao decidir, a relatora destacou que na data da contratação do plano, o segurado declarou à seguradora que pesava 146 quilos e media 1,53 metros, o que resulta num índice de massa corporal (IMC) de 62 kg/m2, indicador claro de obesidade mórbida.

"No ato de adesão ao contrato, o segurado encontrava-se mais de 85 quilos acima de seu peso ideal, situação que, por óbvio, foi constatada pela seguradora e que notoriamente acarreta diversos males à saúde, bem como vem cada vez mais sendo tratada por intermédio da cirurgia para redução do estômago", acrescentou.

A ministra ressaltou, ainda, que quando o segurado procurou a Unimed, ele buscava um seguro que oferecesse cobertura para os riscos à sua saúde, principalmente aqueles derivados do seu sobrepeso.

A seguradora, por sua vez, mesmo ciente do quadro de obesidade mórbida do segurado, concordou em firmar o contrato. Por essa razão, a prevalecer a boa-fé contratual, não há como admitir a recusa da Unimed em oferecer cobertura para um sinistro derivado especificamente da obesidade mórbida do segurado, sob pena de estar negando vigência àquilo que as partes tinham em mente quando celebraram o contrato.[2]

Por fim, a relatora entendeu que antes de concluir o contrato de seguro de saúde, pode a seguradora exigir do segurado a realização de exames médicos para constatação de sua efetiva disposição física e psíquica, mas, não o fazendo e ocorrendo sinistro, não se eximirá do dever de indenizar, salvo se comprovar a má-fé do segurado ao informar seu estado de saúde.

Fonte: STJ

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domingo, 29 de maio de 2011

Qualificação profissiojnal eleva os ganhos

Os homens ainda são maioria no mercado de trabalho e possuem salário maior que o das mulheres. Mas, ao contrário do que ocorria no passado, o gênero não é mais tão determinante para o sucesso profissional. O que impulsiona o salário atualmente é o nível de escolaridade. Em 2009, os trabalhadores que tinham curso superior ganhavam um salário 225% maior que os que não concluíram a faculdade.

De um montante de 40,2 milhões de trabalhadores assalariados, 33,6 milhões não tinham nível superior (83,5%), contra apenas 6,6 milhões de pessoas com curso superior (16,5%). No entanto, essa fatia de trabalhadores que concluíram a faculdade concentrou R$ 310,6 bilhões, ou 39,7% da massa salarial, enquanto os outros R$ 471,3 bilhões (60,3%) foram distribuídos entre os trabalhadores com menor escolaridade.



Disparidade
O salário médio mensal, em 2009, foi de R$ 1.540,59 - ou 3,3 salários mínimos. Os homens receberam em média R$ 1.682,07, ou 3,6 salários, enquanto as mulheres receberam R$ 1.346,16, ou 2,9 salários.

As mulheres dominam 5 das 20 atividades econômicas pesquisadas. Entre os assalariados no País em 2009, as mulheres eram maioria nas seções saúde humana e serviços sociais (76,9%), educação (67,3%), alojamento e alimentação (54,1%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (52,6%) e outras atividades de serviços (51,6%).

Já os homens dominavam as atividades de construção (92,2%), indústrias extrativas (90,0%), transporte, armazenagem e correio (84,2%), agricultura, pecuária, produção florestal pesca e aquicultura (84,1%), água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (81,6%) e eletricidade e gás (81,1%)

Mão de obra qualificada
As áreas econômicas que apresentaram maior percentual de trabalhadores assalariados com diploma universitário foram atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (51,5%), educação (48,5%) e administração pública, defesa e seguridade social (41,4%).

Em sentido contrário, apresentaram baixos níveis de empregados com formação superior as atividades de alojamento e alimentação (2,6%) e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (2,9%). Em 2009, o Centro-Oeste concentrava apenas 7,4% das empresas ativas.

Fonter: Jornal Brasília

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Trabalhador brasileiro tem mais proteção social do que norte-americano, diz estudo

O trabalhador assalariado brasileiro possui mais proteção social do que o americano e, na última década, os salários no Brasil evoluíram em proporção maior do que nos Estados Unidos. Esta é a conclusão de um estudo efetuado pelos professores Claudio Dedecca, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), e Wilson Menezes, da UFBA (Universidade Federal da Bahia).

De acordo com o ensaio, principalmente depois da crise econômica de 2008, a recuperação econômica do Brasil ocasionou uma expressiva reativação de postos de trabalho com proteção social, o que permitiu um recuo da informalidade e do desemprego.

Nos Estados Unidos, por sua vez, houve uma manutenção dos postos de trabalho, ao mesmo tempo em que a proteção social foi reduzida. “Se, de um lado, este movimento conteve o desemprego em patamares baixos, ele, de outro, chancelou o aumento da precariedade daquele mercado de trabalho”, diz o estudo.



Além disso, o Brasil possui uma regulação maior do mercado de trabalho, que garante aos trabalhadores o descanso semanal remunerado, hora-extra e férias, por exemplo. Nos Estados Unidos, por sua vez, apenas a remuneração mínima e a jornada de trabalho semanal padrão são regulamentadas.

Isto pode ser explicado pela adesão dos dois países às convenções da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Enquanto o Brasil aderiu a 84 convenções, os Estados Unidos são signatários de apenas 14 convenções.

Salários
No Brasil, a partir de 2001, o estudo aponta um movimento de recuperação dos níveis salariais, que cresceram 13% ao longo da década passada.

Segundo os pesquisadores, esta tendência é particularmente induzida pela política do salário mínimo, mas os trabalhadores de níveis intermediários e superiores também tiveram uma recuperação no seu poder de compra.


Já nos Estados Unidos, a partir do ano 2000, houve um congelamento da estrutura salarial, com um aumento de apenas 3% durante toda a década.

“Os resultados apontam perspectivas mais favoráveis para uma redução da precariedade dos contratos de trabalho brasileiros em um contexto de crescimento sustentado ao longo desta década, situação que não encontra sinalização para o mercado de trabalho norte-americano”, concluem os pesquisadores