O período entre os meses de março a junho é considerado
época de grande pico de atendimento nos prontos-socorros. Isso se deve a
chegada do outono e, conseqüentemente, ao ar mais seco e a maior circulação dos
vírus respiratórios, que acarretam infecções das vias aéreas superiores - as
gripes e os resfriados -, pneumonias, crises de asma e bronquiolites.
Nas crianças a situação pode ser mais complicada e essas
doenças respiratórias podem ter uma série de sintomas semelhantes como tosse,
febre, coriza e obstrução nasal (com nariz escorrendo ou não).
De acordo com Felipe Lora, pediatra do Hospital Infantil
Sabará, os pais devem estar atentos nessa época, pois algumas doenças são
potencialmente mais graves. Em quadros mais sérios a criança pode apresentar os
seguintes sintomas: falta de ar e cansaço; dificuldade para respirar: esforço
maior usando músculos do pescoço e da barriga;
prostração /inatividade; e freqüência respiratória
aumentada na ausência de febre (respiração rápida).
“Estes são sinais de alerta para os pais e deve-se
procurar um atendimento de urgência para avaliação da criança”, indica o
pediatra.
O Hospital Infantil Sabará realiza exame de Painel Viral nos pacientes internados por doença respiratória com objetivo de mapear os vírus que mais circulam entre as crianças durante o ano.
Em janeiro de 2015, das crianças internadas por esse motivo e que coletaram painel, quase 29% teve teste positivo para algum tipo de vírus respiratório. Em março, este número já saltou para mais de 90% dos casos. Os vírus mais freqüentes até a segunda semana deste mês foram o Vírus Sincicial Respiratório A e B, o Enterovírus B e o Rhinovírus.
“Os exames clínico e radiológico já são suficientes para tratamento da criança que apresenta sintomas, porém, a identificação do vírus em casos de doença respiratórias é importante para reduzir o uso desnecessário de antibióticos”, afirma Francisco Ivanildo de Oliveira, infectologista do Hospital Sabará.
Com o grande volume de casos de doenças respiratórias neste período, a demanda acaba por suplantar a capacidade dos prontos socorros e na área de espera as crianças e adultos doentes podem se proteger e ainda evitar o contágio de mais pessoas por determinados vírus. “Os serviços de saúde podem oferecer à família máscara e lenço para evitar a proliferação do vírus. Além disso, o uso do álcool em gel é essencial”, completa Felipe Lora.
Fonte: SegNotícias
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