domingo, 29 de maio de 2011

Trabalhador brasileiro tem mais proteção social do que norte-americano, diz estudo

O trabalhador assalariado brasileiro possui mais proteção social do que o americano e, na última década, os salários no Brasil evoluíram em proporção maior do que nos Estados Unidos. Esta é a conclusão de um estudo efetuado pelos professores Claudio Dedecca, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), e Wilson Menezes, da UFBA (Universidade Federal da Bahia).

De acordo com o ensaio, principalmente depois da crise econômica de 2008, a recuperação econômica do Brasil ocasionou uma expressiva reativação de postos de trabalho com proteção social, o que permitiu um recuo da informalidade e do desemprego.

Nos Estados Unidos, por sua vez, houve uma manutenção dos postos de trabalho, ao mesmo tempo em que a proteção social foi reduzida. “Se, de um lado, este movimento conteve o desemprego em patamares baixos, ele, de outro, chancelou o aumento da precariedade daquele mercado de trabalho”, diz o estudo.



Além disso, o Brasil possui uma regulação maior do mercado de trabalho, que garante aos trabalhadores o descanso semanal remunerado, hora-extra e férias, por exemplo. Nos Estados Unidos, por sua vez, apenas a remuneração mínima e a jornada de trabalho semanal padrão são regulamentadas.

Isto pode ser explicado pela adesão dos dois países às convenções da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Enquanto o Brasil aderiu a 84 convenções, os Estados Unidos são signatários de apenas 14 convenções.

Salários
No Brasil, a partir de 2001, o estudo aponta um movimento de recuperação dos níveis salariais, que cresceram 13% ao longo da década passada.

Segundo os pesquisadores, esta tendência é particularmente induzida pela política do salário mínimo, mas os trabalhadores de níveis intermediários e superiores também tiveram uma recuperação no seu poder de compra.


Já nos Estados Unidos, a partir do ano 2000, houve um congelamento da estrutura salarial, com um aumento de apenas 3% durante toda a década.

“Os resultados apontam perspectivas mais favoráveis para uma redução da precariedade dos contratos de trabalho brasileiros em um contexto de crescimento sustentado ao longo desta década, situação que não encontra sinalização para o mercado de trabalho norte-americano”, concluem os pesquisadores

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