Más condições para a assistência, demora no
atendimento e omissão das autoridades em todos os níveis estão entre as
prováveis explicações do aumento dos casos de violência a profissionais de
saúde no Estado de São Paulo. Aliás, estes são somente alguns dos problemas
vivenciados por técnicos, auxiliares de enfermagem e enfermeiros que trabalham
na linha de frente da assistência. A conclusão é da Sondagem sobre Violência
aos Profissionais Enfermagem de São Paulo realizada entre 23 de outubro e 2 de
dezembro, pelo Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP).
eve como base questionário virtual,
estruturado em perguntas de múltipla escolha e abertas, com retorno de 4.293
profissionais. Traz dados no mínimo preocupantes, como o fato de 77% da classe
já ter sido vítima de algum tipo de violência. Não dá para intuir exatamente.
Mas também não é absurdo relacionar o problema à falta do serviço de segurança
em 77% dos locais de trabalho em saúde, apontada na sondagem.
"É uma situação que se agrava
paulatinamente, envolvendo uma população formada majoritariamente por mulheres,
são 85% dos quadros da enfermagem", argumenta a presidente do Coren-SP,
Fabíola Braga Mattozinho.
Para ela, "essa particularidade requer
atenção diferenciada da das autoridades de segurança. Para a violência, a
receita é prevenção. Exige vontade política e também tolerância, resgate dos
princípios e valores humanísticos".
Em 53% dos episódios relatados, o agressor
foi o paciente. Recente pesquisa qualitativa encomendada pelo Coren apresenta
vivenciais que talvez ajudem a interpretar melhor o fenômeno. Particularmente
no sistema público são inúmeros os testemunhos de profissionais de enfermagem
sobre as precárias condições a que os usuários são expostos em questões básicas
como falta de medicamento, demora para atendimento, espera infindável para a
marcação de uma simples consulta, entre tantas outras.
Há ainda outro ponto que merece reflexão na
Sondagem sobre Violência aos Profissionais Enfermagem de São Paulo. Mesmo
sofrendo agressões, 87,51% não registram queixa à polícia ou denunciam a
qualquer órgão de governo. Dos 12,49% que levam o caso adiante, somente 4,68%
obtêm sucesso na resposta. Talvez também possamos intuir que tais números levam
relação com a descrença de 87,68% da classe no empenho das autoridades no
combate à violência.
Fonte: SegNotícias
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