Uma pesquisa feita pelo Conselho Regional
de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) revelou que 47% dos médicos
conhecem um colega que sofreu algum episódio de violência na relação com
pacientes. De acordo com a pesquisa, 17% foram vítimas e tiveram conhecimento
de colegas que viveram a situação. A maioria era de médicos jovens (78% de 24 a
34 anos) e havia mulheres (8%) mais que homens (3%).
A pesquisa Percepção da Violência na
Relação Médico-Paciente, divulgada hoje pelo conselho, mostrou ainda que 5%
relataram ter sido agredidos pessoalmente e que desses, 20% sofreram agressão
física. Em 70% dos casos, os agressores foram os pacientes.
Segundo os dados, 84% dos médicos que
sofreram agressão alegam ter sido atacados verbalmente e 80%, psicologicamente;
60% revelam que os problemas ocorrem geralmente durante a consulta; 32% dizem
que episódios de violência ocorrem sempre ou quase sempre; e 85% profissionais
têm percepção de que os episódios ocorrem mais no Sistema único de Saúde (SUS).
A pesquisa ouviu 617 médicos e 807 cidadãos
em setembro e outubro deste ano, na capital e Interior do estado.
Quando se trata dos pacientes, a pesquisa
mostra que 34% dos cidadãos afirmam ter passado por alguma situação de estresse
no atendimento à saúde nos últimos 12 meses e 10% relatam ter tomado alguma
atitude, como reclamar da qualidade do atendimento médico (6%) ou do
atendimento na recepção (3%). Os que dizem ter presenciado situações assim são
35%, enquanto 14% presenciaram ameaças psicológicas e 4%, agressões físicas;
24% destes relatam que o estresse ocorre na recepção do local de atendimento;
9% em procedimentos médicos; e 5% na espera por atendimento.
Os dados divulgados pelo Cremesp revelam
ainda que, os agressores apontam como principal motivo para terem agredido os
profissionais foi o comportamento mal-educado, irônico ou desrespeitoso do
médico ou o fato de o profissional ter demonstrado falta de atenção ou
insensibilidade para ouvir o problema etc. Também houve relatos de despreparo e
atendimento demorado.
Segundo o Conselho Regional de Medicina,
desde maio, foram relatadas por médicos mais de 100 experiências de violência
sofridas por parte dos pacientes. A entidade abriu um canal em seu site
especialmente para coletar essas informações que são mantidas em sigilo.
Entre os médicos, 39% dizem acreditar que
os pacientes estão descontentes com o SUS e descontam a insatisfação nos
profissionais; 29% que a demora no atendimento provoca estresse no paciente e
11% atribuem o nervosismo à falta de estrutura da saúde. Já 5% admitem que outros
colegas que não atendem adequadamente provocam essas reações.
Quando os cidadãos são questionados sobre
isso, 41% dizem que a principal causa das agressões é o atendimento inadequado;
19% que se incomodaram com o comportamento e a postura dos médicos, alegando
que eles não dão atenção, são insensíveis, arrogantes, não tem paciência e 18%
reclamaram da falta de estrutura, do atendimento precário, da superlotação e
demora para serem atendidos no pronto-socorro.
Fonte: SegNotícias
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