Um ato público reuniu o Sinmed-RJ, o
Cremerj, a Associação dos Médicos do Estado do Rio de Janeiro (Somerj) e
sociedades de especialidades médicas, nesta quarta-feira (08), em frente ao
prédio do Bradesco - uma das maiores operadoras de planos de saúde, no Rio de
Janeiro. A categoria se mobilizou contra os atrasos na apresentação de
propostas de reajustes dos honorários médicos, conforme determina a Lei 13.003.
"Não vamos aceitar continuar recebendo
honorários irrisórios, enquanto as empresas ligadas aos grandes bancos se
enchem de lucros", protestou o diretor do Sinmed-RJ, José Alexandre
Romano. "As operadoras exploram o médico e danificam a qualidade do
atendimento aos pacientes", completou.
A conselheira do Cremerj, Márcia Rosa,
alertou ainda para a diferença na remuneração pelas cirurgias realizadas em
pacientes que estão internados em quartos particulares e dos que estão em
Enfermaria. "Quando realizamos cirurgias em pacientes de que estão em quartos
particulares, recebemos o dobro do valor. Isso é inaceitável. Não somos hotéis
para sermos precificados de acordo com o número de estrelas", disse Rosa.
A conselheira alertou ainda para a
necessidade de inclusão dos odontologistas na luta. "Os colegas da
odontologia estão sendo tratados como brindes - contrata-se um plano de saúde e
ganha-se um odontológico".
De acordo com a cirurgiã-dentista do
Conselho de Convênios e Credenciamentos do Conselho Regional de Odontologia,
Acácia de Andrade, a categoria está sem receber reajuste há mais de 20 anos.
"Estudos mostram que as operadoras de planos odontológicos têm lucro de
60%", afirmou.
De acordo com um estudo que o Sinmed-RJ
solicitou ao Dieese, cada consulta consome um valor atual de R$ 77,71. Hoje, o
valor pago por consulta pelas operadoras do Rio de Janeiro varia entre R$ 40 e
R$ 70. Os valores pagos atualmente cobrem apenas os custos ou, em alguns casos,
os médicos pagam para trabalhar.
O presidente da Associação Médica da Ilha
do Governador, Rômulo Capello, informou que os reajustes anuais dos valores
cobrados pelas empresas aos pacientes não são repassados para os
médicos."Queremos reajuste para a valorização do profissional
médico".
A remuneração mínima proposta pelo
sindicato, a partir do piso atualizado da Fenam (R$ 11.675,94 para 20 horas
semanais de trabalho) é de R$ 136, sobrando para o médico apenas R$ 59, por
meia hora de consulta, o que é aviltante. Vale destacar que uma consulta
realizada com cautela e qualidade dura mais do que 30 minutos.
"A solução é paralisação dos
atendimentos aos convênios, que não respeitam a lei", declarou o
presidente da Associação de Clínicas e Consultórios Ortopédicos do Rio de
Janeiro (Accoerj), Jorge Luiz Petros.
No próximo dia 15, será realizada outra
assembleia, na sede do Cremerj, para informar aos médicos quais operadoras
apresentaram propostas e que medidas serão tomadas em relação às empresas que
se omitiram. Em breve, serão informados mais detalhes sobre essa reunião.
Também participaram da manifestação os diretores
do Sinmed/RJ, Eraldo Bulhões, Rogério Antônio Silva Barros, Jorge Luiz do
Amaral (Bigu) e Norival dos Santos.
Fonte: SegNotícias
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