segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Regular preços não é solução para conter reajustes de planos de saúde


As operadoras de planos de saúde registram, nos últimos anos, elevações em seus custos significativamente superiores à inflação geral, o que ajuda a explicar os reajustes nas mensalidades dos contratantes dos planos. Esse ambiente de alta inflacionária na saúde tem conduzido diversas organizações e legisladores a proporem que os preços e os reajustes de todos os planos de saúde passem a ser controlados pelo governo. Tal lógica seria, entretanto, um equívoco e tenderia a comprometer a cadeia de saúde suplementar e a oferta de produtos, agravando os problemas atuais. Essa é a síntese de um estudo da Tendências Consultoria liderado pelo economista e ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, que propõe, como solução, ajustes na cadeia por meio de incentivos à competição e provendo maior transparência, como forma de estimular o equilíbrio dos custos e de reajustes nesse mercado.



O trabalho foi encomendado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (Iess) e apresentado nesta quinta-feira durante o seminário "Efeitos da regulação sobre a saúde suplementar - um debate sobre os aspectos econômicos e a sustentabilidade do setor". De acordo com o "estudo econômico sobre os desafios do setor de saúde suplementar no Brasil", a experiência já identificada na própria área de saúde suplementar, com o controle dos reajustes para planos individuais, passou a inibir a oferta desse produto no país. Em 2001, os planos individuais respondiam por 30,3% do total de beneficiários de planos de saúde no Brasil e atualmente respondem por 19,1% (dados de setembro de 2014). Por outro lado, a participação dos planos coletivos (empresariais e por adesão) no total de beneficiários avançou de 69,7% para 80,9% no mesmo período.

Maílson e a equipe de pesquisadores da Tendências destacam que a regulação de preços é uma prática historicamente negativa, que apenas agrava os desafios existentes de enfrentamento de alta de custos, independentemente da área de atividade econômica. Eles reforçam que, a despeito das boas intenções que levaram a sua adoção, a regulação de preços culminou em crises de desabastecimento, perda de qualidade ou até alta da inflação (quando a política foi eventualmente encerrada), e geralmente alguma combinação dos três fatores, em todos os países e setores em que foi adotada. Para ilustrar essa realidade, o estudo cita, entre outros, os exemplos de Venezuela e Argentina, que nos últimos anos tiveram desabastecimentos inclusive de bens básicos, como papel higiênico, em função do controle ou congelamento de preços.

Ainda de acordo com a Tendências, o Brasil precisa enfrentar desafios como alterar o modelo de remuneração pelos serviços médicos prestados, estimular o ingresso de novos competidores, prover maior transparência em torno da qualidade dos serviços prestados aos pacientes e revisar os critérios de formulação da lista de procedimentos que os planos de saúde devem cobrir.

Fonte: SegNotícias

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