Onze das maiores cidades brasileiras
poderiam ter US$ 147,47 bilhões de seu PIB em risco frente a uma série de ameaças
ao longo da próxima década. Riscos decorrentes de ação humana como quebra de
mercado, terrorismo e ataques cibernéticos responderiam por aproximadamente US$
101,3 bilhões dessas perdas, segundo a mais nova pesquisa do Lloyd's, o mercado
especializado em seguros e resseguros.
O Lloyd's City Risk Index é um estudo
inédito e inovador sobre o impacto econômico de 18 riscos distintos em 301 das
maiores cidades do mundo, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo
Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Manaus, Fortaleza, e
Vitória. Baseado em uma pesquisa original feita pela Universidade de Cambridge,
o Índice mostra pela primeira vez o verdadeiro custo econômico destas ameaças e
revela que um total de US$ 4,6 trilhões de PIB projetado para 301 cidades
avaliadas ao redor do mundo poderia estar em risco ao longo dos próximos 10
anos.
O Lloyd's produziu este índice para ajudar
a aumentar a compreensão e moldar a resposta do mundo para o cenário mutante de
risco. Os dados, que serão atualizados a cada dois anos, visam a estimular
novas discussões entre seguradoras, governos e empresas sobre a necessidade de
melhorar a resiliência, mitigar riscos e proteger a infra-estrutura.
Os resultados também mostram que os riscos
provocados pelo homem, tais como ataque cibernético, terrorismo, pandemia e
flutuação no preço do petróleo são agora mais significativos enquanto ameaça
que representam para a produtividade econômica do que as tradicionais
catástrofes naturais, tais como inundações, terremotos e secas. Por exemplo, a
quebra de mercado é a ameaça mais significativa para o PIB global, respondendo
por aproximadamente um quarto das perdas potenciais de todas as cidades
avaliadas.
No Brasil, o Índice descobriu que essas 11
cidades, segundo estimativas, vão gerar US$ 1.580,8 bilhões de PIB anual ao
longo da próxima década. No entanto, 9,35% deste crescimento econômico estaria
em risco por uma combinação de 18 ameaças naturais e causadas por ação humana.
São Paulo e Rio são as duas maiores cidades
do Brasil tanto em produção econômica quanto em PIB potencial em risco. No
total, riscos causados por ação humana em São Paulo poderiam representar US$
36,73 bilhões dos US$ 62,95 bilhões que a cidade tem em riso. As maiores
ameaças para São Paulo, são de quebra de mercado (que poderia custar US$ 15,29
bilhões), pandemia humana (US$ 12,67 bi), inundação (US$ 11,63 bi), ataque
cibernético (US$ 9,13 bi) e flutuação no preço do petróleo (US$ 7,65 bi).
Em comparação, o Rio de Janeiro tem um
total de US$ 14,86 bilhões em risco por ameaças causadas por ação humana, que é
igual a 61,10% do total de US$ 24,32 bilhões em risco. As ameaças prioritárias
no Rio de Janeiro são quebra de mercado(US$ 6,18 bi), pandemia humana (US$ 5,14
bi), ataque cibernético (US$ 3,69 bi), inundação (US$ 3,55 bi) e flutuação no
preço do petróleo (US$ 3,10 bi).
Inga Beale, CEO do Lloyd's disse que
"O Lloyd's City Risk Index destaca a exposição econômica de 301 grandes
cidades ao redor do mundo. Governos e empresas, juntamente com seguradores,
precisam trabalhar juntos para ter certeza de que esta exposição - e o
potencial de perdas - seja reduzido."
"Seguradores, governos, empresas e
comunidades precisam pensar sobre como podem melhorar a resiliência de sua
infra-estrutura e de suas instituições. O seguro é parte da solução. Os
seguradores precisam continuar a inovar, certificando-se de que seus produtos
são relevantes neste cenário de riscos em rápida mutação, e oferecendo aos
consumidores a proteção que necessitam e, como resultado, contribuir para uma
comunidade internacional mais resiliente."
Para Marco Castro, representante geral e
presidente do Lloyd's no Brasil, "o relatório mostra que o cenário de
riscos está mudando, e os riscos causados por ação humana estão se tornando
cada vez mais significativos ao redor do mundo. No Brasil, precisamos nos
certificar de que estamos adaptados a estas ameaças crescentes, uma vez que
bilhões de dólares estão em risco."
"Cidades como São Paulo e Rio de
Janeiro são potências econômicas internacionais, capazes de gerar enorme
crescimento e prosperidade para o povo brasileiro ao longo da próxima década.
Mas precisamos proteger estas cidades tanto contra riscos tradicionais como
inundação, como contra riscos emergentes como ataque cibernético."
Fonte: SegNotícias
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