Estudo produzido pela Comissão de Riscos
Patrimoniais - Massificados da FenSeg, com base em dados do PNAD/IBGE e da
Susep, revela que apenas 13,3% de um total de 68 milhões de residências no
Brasil possuem seguro residencial. Considerado um dos mais baratos do setor, as
estatísticas mostram que existe um potencial enorme a ser explorado pelos
corretores, cujas carteiras estão altamente focadas no seguro de automóvel. Os
corretores querem mais parceria das seguradoras na missão de difundir o seguro
residencial
No workshop para jornalistas, realizado em
1º de setembro, em São Paulo, o diretor-executivo da FenSeg, Neival Freitas,
destacou que, em média, o valor do seguro em relação ao valor do imóvel varia
entre 0,2% a 0,6%, o que é mais um atrativo do produto. Em termos de preço, o
consumidor crê que o preço do Seguro Residencial é equivalente ao preço do
Seguro de Automóvel, mas não é.
"O consumidor não faz seguro para a
sua casa por falta de informação". Enquanto o custo de uma apólice para um
veículo equivale, pelo menos, de 3% a 5% do valor do carro, para residência, é
de 0,2% a 0,6% do preço do imóvel. "O seu preço médio é de cerca de R$
250", alertou. Além disso, pesa o fato de o produto ter menos apelo que
outras proteções como seguro saúde e previdência privada e a falta de cultura
do seguro, em geral, do brasileiro.
Um problema que a cartilha "Entendendo
o seguro da sua residência", produzida pela CNseg e FenSeg pretende minimizar.
A peça contendo esclarecimentos sobre o Seguro Residencial e a forma de
contratação será distribuída aos Procons, consumidores, sindicatos, Clubes de
Corretores e entidades de seguros.
Os estudos da FenSeg revelam ainda que
estas oportunidades de negócios estão mais disponíveis no Sudeste. A região
possui maior número de casas seguradas em relação à quantidade total de
domicílios. O índice de penetração do Seguro Residencial é de 20,5%, com 6,1
milhões de residências seguradas de um total de 30 milhões de moradias.
Trata-se da maior representatividade nacional, respondendo por 9,9% das casas
seguradas no país.
Por Estado, de acordo com o mesmo estudo,
São Paulo é o primeiro do ranking, com cerca de R$ 1 bilhão em faturamento de
seguro residencial, seguido pelo Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio
Grande do Sul e Santa Catarina.
Na opinião do presidente do Clube dos
Corretores do Rio de Janeiro, Jayme Torres, "o baixo desempenho do seguro
residencial se deve a pouca oferta que uma parcela de corretores faz do produto
a sua própria clientela e a falta de incentivo da maioria das seguradoras para
que os corretores possam extrair os seguros residenciais dessa carteira. As
seguradoras poderiam fazer ações em parceria com o corretor, através de mala direta
ou via telemarketing oferecendo seguro residencial para os segurados da
carteira de clientes de automóvel, entre outras ações que pudessem despertar a
importância dessa proteção com baixo custo".
Segundo o dirigente, o seguro residencial
evoluiu e hoje, estende-se a diversos outros tipos de danos, além dos serviços
na casa como chaveiro, encanador, eletricista etc. a um custo que o consumidor
pensa que é mensal quando é anual.
"Deveria haver um programa nas escolas
mostrando a importância que o seguro tem para a sociedade. Assim, teríamos uma
população mais consciente da necessidade de contratar não só o seguro
residencial, mas também outros seguros, como o de vida, por exemplo, ao invés
de contratar apenas o seguro de automóvel, onde os acidentes e roubos são mais
visíveis para o consumidor", analisa Torres.
A palestra também repercutiu entre as
assessorias de seguros filiadas à Aconseg-RJ. Antônio Carlos Senra, diretor de
uma das mais antigas empresas do segmento, lembrou que promoveu palestra para os
seus corretores indicando nichos de oportunidades alternativos ao Seguro de
Automóveis, tais como os de Pessoas e o próprio Residencial.
"São muitos os riscos contemplados por
este ramo de seguro. Alguns bens muitas vezes têm valor superior ao do próprio
imóvel, como joias, obras de arte e tapetes, por exemplo, e precisam de
proteção, sem contar com os riscos de uma cozinha, onde há exposição a gás,
energia, eletrodomésticos, manuseio de óleos, panos e plásticos", explica
Senra, acrescentando:
"O estudo da FenSeg é muito importante
e demonstra que estamos no caminho certo ao alertar os nossos corretores sobre
a possibilidade de ganhos e equilíbrio de suas carteiras com as vendas de
outros tipos de seguros, apesar da crise econômica".
Fonte: SegNotícias
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