Os serviços de saúde no Brasil são
péssimos, ruins ou regulares para 93% dos brasileiros. Entre os usuários do
Sistema Único de Saúde (SUS), 87% dos entrevistados têm uma avaliação negativa
dos serviços oferecidos. Cerca de dois em cada dez brasileiros atribuem nota
zero para ambos (saúde no Brasil e SUS). Em todas as regiões e segmentos
avaliados, o índice de péssimo/ ruim é mais elevado, com destaque entre os
moradores do Sudeste e regiões metropolitanas, entre as mulheres e quanto mais
escolarizado for o entrevistado.
Essas avaliações integram a segunda edição
de pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha a pedido do Conselho Federal de
Medicina (CFM) sobre o atendimento na área da saúde. Na comparação com a edição
anterior, realizada no ano passado, a pesquisa reforça necessidades de
aprimoramento na gestão, infra-estrutura e financiamento na rede pública. A
pesquisa teve abrangência nacional, incluindo áreas metropolitanas e cidades do
interior de diferentes portes, moradores nas cinco Regiões do país.
Foram ouvidas 2.069 pessoas - 59% delas
residentes no interior - entre os dias 10 a 12 de agosto. A amostra composta
por homens e mulheres com idade superior a 16 anos ou mais respondeu a um
questionário estruturado que, entre outros pontos, avaliou ainda a percepção do
grupo acerca do acesso, utilização e qualidade dos serviços oferecidos pelo
SUS. Algumas questões também se detiveram sobre o tempo de espera pelos
diferentes procedimentos e a avaliação sobre a capacidade da gestão de cuidar
bem dos interesses da população nesta nevrálgica das políticas públicas e
sociais.
De acordo com o inquérito do Datafolha, a
saúde no Brasil é apontada por 43% dos entrevistados como tema que deveria ser
tratado como prioridade pelo Governo Federal. Chamou a atenção o fato de que as
áreas de educação (27%) e combate à corrupção (10%) tiveram crescimento na
escala apontada pelos entrevistados. Contudo, apesar do avanço, a distância
entre elas e a saúde permanece significativa.
O relatório da pesquisa revela ainda que a
importância atribuída à Saúde é maior entre as mulheres, os mais velhos e no
grupo de pessoas com menor escolaridade. Por outro lado, a educação ganha
destaque entre os homens, entre os entrevistados mais jovens e com maior nível
educacional.
Também constam da relação citada pelos
entrevistados o combate ao desemprego (7%), segurança (6%), e combate à
inflação (3%), assim como moradia, transporte e meio ambiente, todos com menos
de 2% na pesquisa. O posicionamento alcançado pela saúde, o mesmo do estudo de
2014, reforça a percepção medidas em outras sondagens, o que demonstra que a
saúde permanece como o grande nó da gestão em diferentes governos.
Essa necessidade de que a saúde tenha maior
destaque no âmbito governamental resulta de uma percepção declarada que aponta
para uma grande dificuldade de acesso aos serviços da rede pública. Num
primeiro momento, os entrevistados revelaram que o SUS é um sistema
constantemente acionado pela população. Um total de 86% deles (diretamente ou
por proximidade com alguém da família) declarou ter procurado a rede pública.
Porém, o grau de resolutividade cai à
medida que o nível de complexidade dos procedimentos solicitados aumenta.
Atendimento nos postos de saúde e consultas médicas foram os serviços mais
procurados e os mais utilizados pela população nos últimos dois anos. Porém, na
avaliação feita para cada um dos dez serviços estudados, mais da metade dos
entrevistados que buscou o SUS relatou ser difícil ou muito difícil conseguir o
procedimento pretendido, especialmente quando se trata de cirurgias (63%).
Atendimento domiciliar e procedimentos
específicos de maior complexidade (diálise, radioterapia, quimioterapia, entre
outros) - ambos com 50% - também possuem uma avaliação crítica. Dentre os dez
serviços estudados, apenas aqueles que se referiam ao atendimento nos postos de
saúde e à distribuição gratuita de remédios pela rede pública tiverem índice de
reprovação menor, chegando a 43%.
A pesquisa também procurou medir a opinião
dos brasileiros sobre a satisfação com o atendimento ofertado. Mas os números
estão longe de serem bons. Aproximadamente sete em cada dez pessoas que
buscaram o SUS disseram estar insatisfeitos e atribuíram à rede pública como um
todo conceitos que vão do péssimo a regular. As percepções mais negativas estão
relacionadas aos atendimentos de emergências nos prontos-socorros (69%) e nos
postos de saúde (65%).
Na seqüência, com índices negativos que vão
de 60% a 50%, aparecem, em ordem decrescente, consultas com médicos, exames de
laboratório, internações hospitalares, consultas com não médicos, procedimentos
específicos de média e alta complexidade, distribuição de remédios gratuitos e
atendimento domiciliar. O serviço com avaliação menos negativa foi a oferta de
cirurgias, com 45% dos entrevistados atribuindo-lhe conceitos correspondentes a
péssimo, ruim e regular. Por outro lado, 55%, consideraram cirurgias boas,
ótimas ou excelentes.
Para a maioria dos usuários dos serviços
que deram avaliação negativa ao atendimento pelo SUS (54%), o tempo de espera
(36%), o baixo número de médicos (19%) e a falta de estrutura (15%) e de
organização (9%) foram os fatores que mais impactaram nesta percepção. Já para
os que deram notas positivas ao Sistema Único de Saúde (46%), a pouca demora
(19%), a disponibilidade dos médicos (17%), o cuidado dispensado por esses
profissionais (15%) e a estrutura existente (11%) ajudaram no processo.
Dos entrevistados, 29% declararam estar à
espera de atendimento na rede pública. O número é um ponto percentual menor que
o de 2014. Deste grupo, 36% aguardavam para fazer consultas, 33% buscavam
exames e 28% cirurgias. Neste aspecto o que se destaca é o aumento do volume
daqueles que estão na fila por uma resposta do SUS há mais de seis meses. O índice
passou de 29%, no ano passado, para 41%, em 2015.
Não por acaso, o tempo de espera para
atendimento é o fator que tem pior avaliação no âmbito do SUS. Para 89% dos
entrevistados, esta dimensão merece notas que representam os conceitos péssimo,
ruim ou regular. Na seqüência aparecem os seguintes aspectos: quantidade de
médicos (85% de avaliação negativa), qualidade da administração das unidades
(83%) e quantidade de leitos de internação ou de UTI (81%).
Para parcela significativa dos brasileiros,
a percepção ruim sobre os serviços do SUS também decorre da ausência de medidas
que assegurem o bom funcionamento da rede pública. As avaliações negativas não
se restringem à atividade fim do sistema de saúde (atendimento). Há críticas
também à gestão e ao financiamento do SUS.
De acordo com a pesquisa, para a maioria da
população (77%) o governo tem falhado na gestão dos recursos da saúde pública.
Na opinião de 53% dos entrevistados, o SUS não tem recursos suficientes para
atender bem a todos, de forma equânime. Por outro lado, é elevada a
concordância com a ideia de que os médicos precisam de estrutura para trabalhar
(93%) e que merecem ser valorizados (86%).
Para o presidente do CFM, Carlos Vital,
essa percepção sobre as finanças do setor está diretamente relacionada à má
gestão dos recursos públicos na área. "Levantamentos recentes elaborados
pelo CFM têm denunciado a situação do financiamento e da infra-estrutura da
saúde no país. O último deles revelou que, entre 2003 e agosto deste ano, mais
de R$ 171 bilhões do orçamento do Ministério da Saúde deixaram de ser
efetivamente gastos. A população tem observado que não há um esforço para
priorizar a Saúde. Sem estes recursos, os brasileiros certamente serão ainda
mais prejudicados pela falta de infra-estrutura e equipamentos fundamentais
para a assistência."
Ao concluir sua avaliação, Vital lembrou
ainda que "os problemas começam com a definição de prioridades e se
estendem para a transposição de metas e para o orçamento e sua execução.
Trata-se de um perverso ciclo, reforçado pela carência de recursos e pela
descontinuidade das ações administrativas nos estados e municípios, além da
leniência e da corrupção."
Fonte: SegNotícias
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